sábado, 21 de fevereiro de 2009

Doeu em mim

É como se fosse comigo.
Roubaram o carro da Chelle ontem.
Por mais que tenha seguro, isso é uma aporrinhação só.
O jeito como foi, e até a reação de algumas pessoas é que deixam a gente chateado. Ou puto da cara mesmo.

"Ah, mas tem seguro. menos mal"
"Vão os anéis, ficam os dedos"
Ouvimos bastante... Mas Isso não anula algumas emoções que a gente precisa sentir, apesar de não gostar nem querer.

No trabalho. É, roubaram o carro enquanto a gente dava o sangue, fazia o nosso. Peão é assim. Fica com carro na rua. NA RUA. Você vai trabalhar, e não tem segurança de que o carrinho que comprou com tanto suor, que simboliza um pouco de tanta coisa, vai estar ali quando você voltar.

O resultado final é o mesmo: sem carro. Mas desse jeito, é pra ficar ainda mais puteado. Ainda mais sabendo que não foi o primeiro. Faz meses, aconteceu exatamente a mesma coisa com um colega que sentava na minha frente. Nada mudou.

Uma empresa que lucra milhões, que distribui peru de natal, manda mensagens de gratidão e o escambau, poderia alugar o terreno baldio do lado, que até já foi usado como estacionamento pra um evento do jornal. Quando veio o governador, o escambau, aí conseguiram emprestado. Curioso, né? Não sei os trâmites, só estou aborrecido e ainda me perguntando o porque disso.

Drama? Materialismo?

Porque não foi você que abriu mão de tantas outras coisas, passeios, baladinhas e seu restaurante favorito pra pagar aquelas prestacões que não acabavam nunca. Mesmo quando seus amigos estavam no bar, a pé, e achando que aquilo tudo era frescura.

É. Porque o carro representa, para ela e para tanta gente, uma conquista pessoal. É uma espécie de personificação. A primeira grande conquista. Só quem passa por isso sabe. Eu acompanhei as últimas parcelas, celebrei junto. E estou profundamente irritado, chateado e triste. Tudo junto.

Não é justo que a gente faça a nossa parte, rale pra caramba, ajude os outros, prepare nosso humilde passeio de carnaval no único dia de folga que teremos no "feriado nacional" e uma merda dessa ocorra. Não é justo com ela, que só faz é ajudar os outros. O carro limpinho, revisado, zeradinho, tão cuidado por ela é para ela, não pra um filho da puta fazer farra ou sabe-se lá o que.



sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Indiada Alanesca


Alanis Morissette marcou minha adolescência e de milhões no mundo inteiro lá por 1997. Por isso, quando tocou em Floripa há quase duas semanas, (vídeo podre lá embaixo),a canadense teve um público de 20 e poucos e 20 e muitos anos. Pouco menos que os 30 e tantos dela.

Nostalgia que fez muita gente que detesta fila voltar alguns degraus e encarar chuva e horas de espera pra ver a gringa. Eu e a Chelle (ela, bem mais parceira minha que admiradora da Alanis) tomamos umas três horas de Chuva. Mas Chuva de escorrer até dentro dos tênis, de jorrar água da camiseta. De dar frio com aqueles ventos encanados de Jurerê.

Alanis subiu no palco mais de três horas depois de a gente entrar. Chegamos meio cedo, e isso merece um postzinho só.

Chuva e vento eu reclamo de ranzinza. Mas no fundo adoro. Sempre dá vontade de sair correndo na chuva. Claro, com a certeza que volto logo para o quentinho, assim que quiser. No show, já tava q era um maracujá de tão murcho, esperando o som.

Valeu. Foi um show internacional bem bom depois de muitos anos. Coincidência, há uma década eu também gostava da Shakira (tá, confesse!), ainda latina e gordinha. Tocou exatamente no mesmo lugar, que tinha, claro, outro nome e outro palco. E nauela noite também choveu.

And isn't it ironic, don't you think?

Confesso que lá no meio do show, depois da terceira música lenta seguida xinguei a Alanis por causa do frio.

- Canta uma rápida que tá gelado, sua vaca.

Foi só murmúrio. Depois passou

O show pareceu mesmo sair do final dos anos 90. Muitos sucessos daquela época. Som de primeira, parecia muito com um CD que a Alanis gravou em 2006, em Salt Lake City. Só que com guitarras mais sujas.

Depois de um ano meio infernal, 2009 com um começo bacana. De alguma forma, a Ilha, o show, o momento bem legal com a namorada, me fizeram resgatar um pouco do Rodrigo perdido nessas andanças todas. Estourei um pouco do plástico bolha que está ao redor.

Chega de asfixia.