sábado, 18 de julho de 2009

Ei, você! Adeus!

Por algumas razões (nem tantas assim) essa música anda fazendo bastante sentido. No trabalho!
Boa para sempre!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Um pseudofim

A noite de quarta estava gelada.

Mais ainda estavam as cervejas* que eu tinha deixado preparadas, antes de sair de casa, no final da manhã.

Erdinger, weiss alemã.
Licher weizen, também alemã.
Strong Gold Ale, Eisenbahn, brasileira boa

Cada uma com seu copo. Cada uma a seu tempo.

Era para celebrar (?) o fim de uma fase da vida. Um tempo que, por mim, durava até o dia que eu ficasse completamente insano, e sem condição motora alguma. Um pouco de drama meu, outro tanto de "contrariação" por estar sendo praticamente forçado a mudar o rumo.

Se tem coisa que gosto na vida, além de cerveja boa, além de amigos, é ser repórter. E é o que não vou ser mais,a partir de hoje, e possivelmente por um bom tempo. Ao menos não full time, como era até há pouco, 14 de julho, quando saí da redação de AN andando miudinho, arrastando os pés, como que numa despedida pela metade.

Mudei, na prática, de função. Passei o dia e a noite - com as cervejas, claro - remoendo desde o começo de 2001, quando comecei, eufório, no O Estado, hoje completamente destruído. E lembrando.

Do presidente da Câmara de Piçarras com o pescoço vermelho com uma matéria sobre uma CPI de lá
Do doutor Welson de Blumenau, que receitou sexo para quem queria muita fluoxetina
Da minha primeira capinha do "OE Fim de Semana", com um texto que hoje eu tenho vergonha até de ler.
Dos bafões em Barra Velha, quando até esvaziaram os pneus do meu carro.
Dos motoristas e fotógrafos besteirentos e parceiros, quase todas as vezes.
Do calafrio e taquicardia que senti numa casa semi-abandonada do Jardim Paraíso, na noite que dormi (?) por lá.
Dos pedidos sofridos que nem eu, nem minha caneta nem meu bloco seriam capazes de atender, tamanha a ineficácia do poder público.
Da catinga das minhas roupas usadas durante a cobertura das enchentes
E do cheiro de falta de banho e dentes escovados dos abrigos que visitei pelo mesmo motivo.

Lembrei de outras tantas coisas que estarão no meu obituário, ou epitáfio, ou desastrosa autobiografia, num quem sabe um dia.

Mas me doía mesmo pensar que aquela baita história eu não vou mais contar. Elas não aparecem todos os dias. Na verdade, a proporção de quinquilharias nesse baú de pautas é muito maior. Mas é que nem promoção, balaio. Revirando no meio da cacalhada sai uma coisa boa, e tudo parece valer o esforço.

Emocionalmente, ao menos. É assim que as empresas de comunicação seguram jornalistas dedicados: alimentam o tamaguchi, deixam a paixão pela coisa, que vem do berço, fazer de conta que tampa o rombo no bolso.

Já doeu mais. Alguma coisa me diz (talvez eu mesmo) que nunca vou deixar de fazer isso. Conversar, conhecer, criar. Taí. Gosto desses três verbinhos juntos. Talvez com um quarto, junto: discordar.

Como diz o CD da Alva, banda de um amigo e tanto, ah... que saudades do futuro!


* // Cervejas boas são outra mania, além de cama arrumada. Só que mais forte.Tenho fama de pão duro, mas com cerveja boa, isso vai para o espaço. Acho que é meu luxo. Ser mestre cervejeiro artesanal seria um dos meus planos para tantas vidas que poderia viver nesta aqui //

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Como não arrumar a cama

Tenho uma mania estranha. Gosto da cama arrumada, sempre. Lençol embaixo, dobra por cima do edredon, quatro travesseiros. É bom ver, e bom também deitar na cama organizada.

Mesmo quando você tomou umas geladas. Como diz o Jean: meu direito à dignidade.

Só que seres descoordenados como eu deveriam fazer cursinhos com camareiras, ou sei lá quem.

Pra lá de meia-noite, fui esticar o lençol de cima.

Joguei, calculado, para usar o ar sob o lençol e fazê-lo cair, do lado de lá bem certinho, nos 15 cm entre a cama e a parede.

Pá, pá, pluft-cléc-tóim, pst.

Engalhei a parada no ventilador de teto, que tava desligado.

"Por sorte, a tragédia não foi ainda maior", diria o âncora da TV. Não que ele goste da palavra. Longe disso.

É. Veio a lâmpada abaixo, junto com o bocal. arranquei tudo, só ficou o ventilador. Não se espatifou porque caiu em cima da cama. No escuro, meio tolo, meio assustado, abri a janela, acendi a luz da sala e terminei a tarefa.

Com uma luz horrível, plugada na tomada, ainda tentei o "infazível". Reparafusar o que tinha estraçalhado. Óbvio que não deu. Ao menos tive a decência de desligar os disjuntores.

Não tem jeito.
Sou obrigado a inteirar a boa piadinha do cartão


Geladas depois do expediente, em casa: R$ 10,00
Amendoim torrado no microondas: R$ 2,00
Eletricista, depois da cagada com o lençol: R$ 35,00
Ir dormir com a cama arrumada: não tem preço!


*** NA FOTO, a cama arrumada, com a parede que dá fundo ao topo do blog.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Uma nova escolha?

Quase doze anos depois de fazer vestibular, uma indigesta escolha profissional. Dessa vez, dentro do jornalismo.

Lembro, óbvio, daquele conversê de "escolham o que gostam" ou "garantam seu futuro".

É. eu escolhi ser feliz, ao invés de ganhar dinheiro.

E parece que vou ter de escolher de novo.

Só que, agora, não tenho mais a alternativa de muita bufunfa. Não agora, não desse jeito.

Perto dos 30 anos, o balde que você chutou há uma década virou uma caixa d'água de 5 mil litros, cheia até a boca. Não tem coturno que resista.

Pensando bem... Nada me impede de furar a caixa e esvaziá-la. Depois quebrar o "balde" em mil pedaços com marretadas.

(...)

Eu deveria retomar o plano paralelo de trabalhar em loja de balaio, com microfone e alto-falante pra chamar a clientada.

- É trêx calcinha só pagar dérreau, vamo chegano, minha senhora, vamo enlouquecer o maridão com o conjuntinho vermelho que tá por 14,99, menos de 15 reais, é prá levar de todas as cores, viu, você aí, do outro lado da rua, que tá olhando e pensando, não pensa não, entra, compra e conta pras amigas depois, minha senhora, vamo chegando!

Tudo assim, emendado, sem pontuação meeeermo.

Assim, não fosse a grana, ao menos ajuda no lado do tal de ser feliz.


*** Oi, tô de volta. Sei lá por quanto tempo. Não desisti das historinhas. Só preciso de espaço pra mim e pra elas.