quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Flores


Esse é um daqueles pensamentos que todo mundo já teve, mas dificilmente coloca em prática. Combina até com o merchan do BESC (Banco), de "dar valor ao que realmente importa".

O pai de um amigo está mais perto de Deus, agora. Foi ontem, por causa de um desses câncer que tiram tanta gente boa do mundo. No velório, não conhecia muita gente. Pra falar a verdade, nem o pai do meu amigo.

E daí? A gente compartilha da dor dos outros, tanto quanto da alegria. Que bom - e que ruim - que é assim. Eu via lágrimas sofridas, olhares perdidos e abraços sinceros. Mas não tirava o os olhos das coroas de flores. Eram muitas. Contei doze. De associações, de clubes, empresas, amigos, e claro, da família. Eram como são as coroas, melancólicas e bonitas.

O que me veio à cabeça é: tomara que ele tenha recebido tantas flores, tantos louros e carinhos quando vivo. Fiquei pensando a última vez que dei flores a alguém e fiquei com vergonha de mim mesmo.

Não faltou oportunidade, porque bastava criá-la. Acho que só não tive iniciativa. Ou fui mais um refém desse cotidiano mais ou menos, em que a gente respira, mas não sente os cheiros. O ar entra e sai instintivamente, mas o perfume das rosas ou o cheiro de podre, depende um pouco mais da nossa percepção.

Eu, que tanto gosto de presentes fora de hora e data, ignorei tudo isso por meses. E agora, que retomo momentaneamente a consciência, continuo ignorando. Até que faça algo, de coração.

Espero que quem ler, também.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Telescópio

Para uma segunda-feira de trabalho, um trecho de um livro que gosto muito:

É uma passagem sobre o conselho que Garcia recebeu de um velho correspondente do Jornal do Brasil na Argentina, quando eles se encontraram por lá, na morte de Peron. Resume muito do que penso sobre o jornalismo. E procuro executar, nessa trincheira contra o texto insoso.



"Você poderia ter escrito tudo isso usando um potente telescópio, de Marte ou da Lua. Está tudo muito bem escrito, isento, neutro, claro, objetivo. Mas está tudo incolor, inodoro e insípido. Certinho demais. Você precisa botar cheiro nisso, sentimento, emoção. Você precisa mostrar para o leitor que você estava lá dentro, ao lado do caixão do Peron, no meio das pessoas que choravam".


Não é novo, não é inédito. Mas é que nem chocolate. De vez em quando, um texto assim faz a gente se deliciar, escrevendo ou lendo.

"Nos bastidores da Notícia", do Alexandre Garcia. Aquele que apresenta o jornal Nacional de vez em quando e tinha um quadro maravilhoso de crônica no Fantástico dos anos 80 e comecinho dos 90.

Boas energias nesta semana!
Vamos sobrevivendo, respirando fundo quando dá - ou quando precisa.

sábado, 26 de janeiro de 2008

O Caçador de sonhos


O barulho do vento, as cores das pipas, do céu muito azul, ainda estão na cabeça. Ficaram adormecidos por alguns meses. E apareceram na telona. O livro não está entre os meus favoritos, o final também não, mas a idéia, essa sim. "O Caçador de Pipas" é bom e ruim, e acho que por isso mesmo é best seller. Tanto filme, quanto livro.

Uma história sutil contada em duzentas e poucas páginas. Ou em parte delas. Gostei muito, muito do começo, da sensibilidade do autor. Mas a volta de Amir ao Afeganistão mais pareceu uma viagem ao México das novelas. Muito drama, exagero. um passo a mais, e outro a mais. Tipo aquele jogador que já fez toda a jogada e quer dar mais um toque.

Estranhamente, aí está um mérito do filme suprimiu aquele dramalhão para levar Sohrab para a América. Ainda bem que Kosehini se achou no final com aquela cena da pipa, que era até previsivel como amarra. Mesmo assim, encanta.

Estava curioso para ver, em segundos, as descrições das cenas que engoliam páginas. Gostei de muitas, como os encontros no alto da colina: "Hassan e Amir, Sultões de Cabul". Hassan, com seu rosto de lua cheia e seu sorriso simples, é incrivelmente parecido com as descrições. Não fosse o lábio leporino, que está naas páginas e ficou de lado na adaptação, seria perfeito.

A conturbada relação entre Baba e Amir também passou meio batida. Uma fala apenas, praticamente. Imaginava baba com um vozerão, um cara grande, tipo um Brutus (aquele do Popeye) de turbante. Mesmo assim, é a melhor atuação entre os adultos. Soraya e o general Taheri também são super Parecidos. Soraya, seus cabelos e seu "nariz adunco". As atuações ficaram devendo. Tudo bem, a gente acostumado com hollywood e novela da globo, e ator do Afeganistão que de repente vira rosto conhecido em todo o planeta. Não foram mal, mas estiveram longe de ser brilhantes. Repito, as crianças foram demais!

Ah! faltou a conversa importantíssima entre Soraya Jan e Amor eles no telefone. E o soco Inglês de Assef, quando pequeno e depois, no Talibã. Muito boa a cena importante do filme, quando pegam Hassan! Maldito trailer, que estraga o segredo logo de cara.

E minha última crítica: Caramba, que mal feita a cena da briga no final. Po, podiam ter caprichado mais. Parecia que tavam com pressa. Outra observação: Tudo bem que deve ter sido um perrengue rodar o filme e falar do afeganistão, mas o quebra-pau dos russos e do Talibã passou quase despercebido.

Não vi outros, mas acho que O Caçador de Pipas mereceu a indicação ao Oscar pela emoção que consegue transmitir. Mesmo se estendendo por duas horas e capando detalhes no livro. Lágrimas, daquela que a gente nem sente que estão chegando, logo vão. Não ardem, só aliviam.


"Há uma maneira de ser bom de novo"
"Por você, faria isso mil vezes"


Difícil quem tenha visto e não tenha saído do cinema com as duas falas no ouvido, como se alguém sussurrasse.
No fundo, mexe com algo que todo mundo deve ter dentro de si: Uma chance de corrigir um erro do passado. É uma história de esperança e desgraça do homem. Comigo, funcionou bem. E A trilha sonora só fez melhorar.

Ainda não viu?

O site oficial é esse aqui e tem muita coisa:

www.kiterunnermovie.com

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

De volta

Acho que uma boa desculpa para tanta demora na atualização é: tirei férias do blog. Ah, como se me consumisse muito mesmo!

Não que seja uma promessa de ano novo. Não que também não seja. Mas vou atualizar com mais freqüência. O que não é lá muito difícil. Tá bom, duas vezes por mês, no mínimo. Quem sabe chego em uma por semana. Fooooorça!

E se é para fazer a falcatrua, que seja total. Então vamos voltar lá atrás. Um pouco antes de eu perder a pasta no Banco do Brasil. Uns 15 anos antes, pra ser exato.

Caí da cama às 6h da manhã lembrando de coisas gostosas da infância. Talvez tenha sido a chuva e o cheirinho de quando ficava em casa (a TV era Telefunken, não tinha controle remoto). Lembro de como esperava por aquele horário no meio da manhã. Era o Clube da Criança (depois mudou de nome). E o canal era Manchete.

Gostei de alguns super-heróis da época, mas poucos como o Jaspion. Aham, tinha boneco, roupa, até fita de vídeo-cassete comprada. Imitava o japa magrelo e cabeludo, tinha o Vinil véio com a tradução super suspeita das músicas de japonês para português.

Curioso. Uma motoquinha que voava, um tanque com uma broca, uma pistola, uma espada e uma nave que virava robô. Caramba, tava bom demais! Ele dava conta de matar, tinha um golpe fatal e pronto. Fora os bonzinhos que também morriam.

Outro dia um sobrinho da Chelle de cinco anos ganhou um boneco desses heróis novos, power rangers, que se desfez em cinco pedaços. Achei que tinha quebrado, mas tava só desmontado. Cada pedaço virou um bicho tipo tigre, pterodáctilo. E esse é só um dos robôs deles.

Antes de tudo isso, de eu e ele, tinha o super-homem e homem aranha, que nem armas usam. E os meus bisnetos, que heróis vão ter?

Voltando para "O Fantástico Jaspion". Vou seguir o exemplo da Chelle e usar mais o recurso de Blog-TV. JASPION, diretõm dõm tunêl do tempõm...


Lembram da abertura?





Eu sempre me perguntava: Por que o Jaspion não esmaga todos os pequenos com o Daileon e acaba logo com isso? Ué, a graça era lutar com os pequenos, investigar, e depois lutar com os monstrengos: "O poderoso Satan-Goss tem o poder de enfurecer o seres e transformá-los em monstros incontroláveis". Acho que era isso.

Taí uma uma versão resumida do Gigante Guerreiro Daileon! (curta pra carregar logo!)




Quando achei que o McGaren tinha ido pro além aparece a Kilza. Meu, essa cena aí ficou na cabeça semanas! Inclusive o que a bruxenga falava.





Depois de levar um monte de porrada, o japaboy manda a Kilza pra terra das bruxas cinzas.



O profeta Edin também morre. Jaspion ficou putasso!




E mata (de vez) o McGaren. Por quê não tinha Youtube naquela época? Teria me poupado muito tempo!!!








BÔNUS:
Entrevista INÉDITA com os atores principais. Valeu, "Iutubiú".