
Esse é um daqueles pensamentos que todo mundo já teve, mas dificilmente coloca em prática. Combina até com o merchan do BESC (Banco), de "dar valor ao que realmente importa".
O pai de um amigo está mais perto de Deus, agora. Foi ontem, por causa de um desses câncer que tiram tanta gente boa do mundo. No velório, não conhecia muita gente. Pra falar a verdade, nem o pai do meu amigo.
E daí? A gente compartilha da dor dos outros, tanto quanto da alegria. Que bom - e que ruim - que é assim. Eu via lágrimas sofridas, olhares perdidos e abraços sinceros. Mas não tirava o os olhos das coroas de flores. Eram muitas. Contei doze. De associações, de clubes, empresas, amigos, e claro, da família. Eram como são as coroas, melancólicas e bonitas.
O que me veio à cabeça é: tomara que ele tenha recebido tantas flores, tantos louros e carinhos quando vivo. Fiquei pensando a última vez que dei flores a alguém e fiquei com vergonha de mim mesmo.
Não faltou oportunidade, porque bastava criá-la. Acho que só não tive iniciativa. Ou fui mais um refém desse cotidiano mais ou menos, em que a gente respira, mas não sente os cheiros. O ar entra e sai instintivamente, mas o perfume das rosas ou o cheiro de podre, depende um pouco mais da nossa percepção.
Eu, que tanto gosto de presentes fora de hora e data, ignorei tudo isso por meses. E agora, que retomo momentaneamente a consciência, continuo ignorando. Até que faça algo, de coração.
Espero que quem ler, também.